Terceira idade em ação: atividades à distância

Informativo da UENF

Campos dos Goytacazes, quinta-feira, 9 de abril de 2020

Terceira Idade em Ação: atividades à distância

Fazer com que os idosos dominassem as plataformas digitais sempre foi um dos objetivos do projeto Terceira Idade em Ação, um dos primeiros a serem afetados, na UENF, devido à pandemia do coronavírus. Agora, todo o conhecimento assimilado durante as aulas de tecnologias digitais vem rendendo bons frutos. “Nossa comunicação é mantida durante todos os dias da semana, mantendo-os informados e conectados”, diz a coordenadora do projeto, professora do Centro de Ciências do Homem – CCH, Rosalee Istoe, que, nesta entrevista, fala sobre como o projeto vem desenvolvendo suas atividades em tempo de quarentena, bem como sobre os desafios que o momento atual impõe à terceira idade.

Grupo do projeto Terceira Idade em Ação em atividade física

ASCOM – Você coordena o projeto Terceira idade em Ação, um dos primeiros a serem interrompidos na Uenf por causa da pandemia. Levando-se em conta que o objetivo principal do projeto é justamente proporcionar aos idosos uma vida ativa, evitando o isolamento social, como foi convencer os participantes a permanecerem em casa?

Rosalee – Não foi difícil falar com eles, porque os meios de comunicação já divulgavam que os idosos eram mais vulneráveis ao risco de morte devido às comorbidades que, na grande maioria, estão presentes.

ASCOM – O projeto está realizando alguma atividade utilizando com apoio de plataformas tecnológicas?

Rosalee – Apesar da pandemia, nós continuamos desenvolvendo todas as nossas atividades de forma remota. Eles tinham aulas de tecnologias digitais como: oficina de smartphone, letramento digital, aulas de computação. Isso contribuiu positivamente para que eles continuassem conectados ao programa. Todos os professores e bolsistas estão preparando suas oficinas, compartilhando as atividades, inclusive as atividades físicas. Estamos utilizando a plataforma ZOOM, WhatsApp, Facebook, YooTube e Instagram. Eles já conheciam porque tiveram aulas presenciais desde bem antes da epidemia. Por isso, rapidamente se familiarizaram com as ferramentas tecnológicas. Os que apresentaram alguma dificuldade orientamos via WhatsApp, que é o domínio mais conhecido por eles. Nossa comunicação é mantida durante todos os dias da semana, mantendo-os informados e conectados.

ASCOM – Sabemos o quanto a interação social é importante na terceira idade, sendo fundamental para a manutenção de sua saúde mental. De que forma evitar problemas emocionais que possam advir desse período de isolamento forçado?

Rosalee – Eles entendem a necessidade do isolamento social, sabem que será temporário, e que, assim que possível, retornaremos as atividades normais. Alguns idosos têm sentido muita falta dos netos, filhos, amigos, mas vêm utilizado as redes sociais para esse contato, mesmo cientes de que não é a mesma coisa da presença física destes. No entanto, eles entendem que todo esforço é necessário para manter a vida. Nosso objetivo é exatamente mantê-los conectados virtualmente para minimizar possíveis problemas emocionais e garantir minimamente a promoção da saúde mental.

ASCOM – Quais são os maiores desafios de envelhecer na sociedade moderna?

Rosalee – O maior desafio de envelhecer na sociedade moderna é aprender a envelhecer. Os avanços da ciência, tanto no diagnóstico como no tratamento de patologias, bem como as descobertas de novos medicamentos, promoveram a redução da mortalidade, proporcionando uma vida mais longeva, e com isso, o envelhecimento humano é algo muito novo em nossa sociedade. Precisamos aprender a lidar com uma nova geração de pessoas que tem experiência de vida. Elas querem viver com os recursos que já acumularam ao longo da vida, ser independentes, livres e autônomas, com as garantias de seus direitos enquanto cidadãos e querem ser tratados respeitosamente por todos.

Ascom Como as famílias podem conciliar o envelhecimento dos familiares e às exigências do mundo moderno?

Rosalee – Primeiramente como alguém de muito valor. Se chegarem a envelhecer, eles já são privilegiados e agregaram muito conhecimento ao longo da vida. Os familiares precisam entender, que um idoso não pode ser somente alguém que, obrigatoriamente só tem serventia para de cuidar dos netos, dos afazeres domésticos, etc. O Idoso é alguém que tem sentimentos, valores e querem ser respeitados. Só precisam encontrar na família um lugar de acolhimento afetivo e social. O mundo moderno ainda não se adaptou a esta nova realidade.

Ascom – Os idosos tem a vivência de uma sociedade em que as relações eram presenciais, até que ponto as relações virtuais, baseadas no uso da tecnologia, que causam um distanciamento físico, podem afetar a sua vida?

Rosalee – Ele entende que o mundo virtual é uma nova forma de manter contato sem gastar tanto tempo e dinheiro para o deslocamento. Eles estão mais integrados e interligados do que imaginamos. A realidade do mundo virtual alargou as possibilidades de contato rápido e imediato. E isso, não os impede de estar fisicamente com quem desejarem estar.

Ascom – Como o projeto desenvolvido na UENF está se programando para o retorno às atividades?

Rosalee – As atividades serão retomadas tão logo seja decretado o fim do isolamento social para pessoas idosas. Creio que inevitavelmente, muitos hábitos serão melhorados, a sociedade estará utilizando-se desses novos hábitos para ampliar a proteção e garantia de um envelhecimento saudável.

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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

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