A Iniciação Científica e Tecnológica rompe barreiras
Coordenadores dos cursos de pós-graduação do Centro de Ciência e Tecnologia são unânimes em declarar que a Iniciação Científica e Tecnológica é importante porque prepara o futuro pós-graduando através da experiência com as bases do conhecimento científico e da pesquisa.
“A IC proporciona ao aluno de graduação o primeiro contato com técnicas e métodos científicos” — A coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Reservatório e de Exploração (PPGERE), Georgiana Feitosa da Cruz, ressalta a importância da IC para ampliar a possibilidade de inserção do estudante na carreira acadêmico-científica, em cursos de pós-graduação.
“Durante o processo seletivo para ingresso nos Cursos de Pós-Graduação temos observado que os candidatos que fizeram IC apresentam melhor desempenho na avaliação escrita, na entrevista e também na avaliação do currículo, visto que possuem publicações de artigos e têm participações em eventos científicos. Esta integração com a Pós-graduação, introduz o graduando de IC na práxis e nos procedimentos da pesquisa científica, contribuindo para aumentar o esforço da pesquisa com ganhos de qualidade e eficiência na condução dos projetos e contribuindo com sua formação profissional, facilitando a tomada de decisão em termos de sua área de atuação. Além disso, os estudantes de IC são constantemente incentivados a participarem dos principais eventos científicos na sua área de pesquisa para buscarem novos conhecimentos e troca de informações com pesquisadores renomados para melhorias do trabalho desenvolvido”, enfatizou.
A professora Georgiana destaca ainda que no Laboratório de Exploração de Petróleo (LENEP) é comum que os estudantes que fizeram IC, após a conclusão da graduação, se inscrevam para a pós-graduação na mesma área de pesquisa ou em área correlata.
“Vale ressaltar que o Programa de Iniciação Científica da UENF recebeu do CNPq o Prêmio de Destaque do Ano, por três vezes (2003, 2009, e 2016), devido ao elevado número de bolsistas de IC da nossa instituição que ingressam nos Programas de Pós-Graduação. Em 2019, o Programa contabilizou 23% de estudantes oriundos da graduação do LENEP que foram aprovados e ingressaram no mestrado seguindo a mesma linha de pesquisa já desenvolvida na iniciação científica. Fui bolsista de IC durante toda minha graduação na UFPI. A vivência no laboratório foi importante para meu amadurecimento pessoal e profissional, visto que foi decisiva na descoberta da minha verdadeira vocação científica e sempre apresento minha experiência para os meus alunos”, finalizou.
Profª. Georgiana Feitosa da Cruz, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Reservatório e de Exploração
“Os estudantes que passam pela IC têm alta qualidade” — Essa é a opinião do coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ciência Matemáticas, Rigoberto Gregório Sanabria Castro. Para ele a IC prepara o futuro pós-graduando através da experiência com a pesquisa.
“Os estudantes que passam pela IC estão mais preparados que outros alunos porque em geral estudam disciplinas e adquirem conhecimentos que não estão na sua grade curricular; consequentemente, são bem mais preparados e com uma bagagem diferenciada. Além disso, acredito que se o estudante segue com uma linha de pesquisa igual ou similar àquela desenvolvida durante a IC, vai estar mais preparado e mais experiente,tendo maior chance de sucesso. Isso acontece porque ele será guiado por um orientador e incentivado a participar de congressos e exposições; estas participações contribuem para aumentar o currículo o que é muito importante em processos seletivos, pois estes itens podem ser usados para casos de desempate. Tenho incentivado os meus alunos de graduação a procurar uma linha de pesquisa e se inscrever no Programa de Bolsas”, relatou o coordenador.
Prof. Rigoberto Gregório Sanabria Castro, Coordenador do Mestrado Profissional em Matemática
“A Iniciação Científica visa estimular o desenvolvimento do pensamento científico e da criatividade do estudante”. — O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais, Carlos Maurício Fontes Vieira, ressalta que o trabalho desenvolvido na IC, em um grupo bem definido é benéfico ao estudante; além de possibilitar o networking, fortalece sua contribuição prática com a geração de resultados.
“Um estudante que tenha passado por uma IC com certeza terá um diferencial de conhecimento e de convívio na academia que vai contribuir para que ele tenha mais chance de completar um mestrado, por exemplo. Além disso, um estudante que tenha passado pelo IC, e que teve sua criatividade estimulada, passa a ter um raciocínio investigatório e conclusivo importante, o que contribui significativamente para seu desenvolvimento pessoal e profissional”, disse.
O professor ressalta ainda que a Iniciação Científica também possibilita ao estudante a participação na coautoria de artigos, capítulos de livros e patentes, por exemplo, além da participação em eventos técnico-científicos. “Comcerteza este estudante terá mais facilidade para desenvolver uma pesquisa de pós-graduação, pois os preceitos básicos para a execução de um trabalho acadêmico em nível de mestrado e doutorado já estarão enraizados. A participação em eventos de destaque não só contribui para o ingresso na pós-graduação como para seu desenvolvimento pessoal e profissional. Nestes eventos o estudante, além de ter oportunidade de expor seu trabalho, vai se deparar com outros estudantes e pesquisadores de instituições diversas e de outros países, tendo oportunidade de aumentar seus conhecimentos e fazer uma avaliação crítica e comparativa da sua pesquisa”, finalizou o coordenador.
Prof. Carlos Maurício Fontes Vieira, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais
“A Iniciação Científica e Tecnológica representa os primeiros passos na formação de um pesquisador” — O Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, André Luís Policani Freitas, acredita que durante a IC, o estudante é estimulado a refletir sobre conceitos, teorias, técnicas e práticas relacionadas aos temas de pesquisa.
“É desejado que a literatura científica utilizada extrapole os livros didáticos que embasam as disciplinas curriculares do curso e, ao longo do tempo, se direcionem para artigos científicos mais recentes, que representam o estado-da-arte no tema. Ao ter contato com a literatura científica e ferramentas de análise desde a Iniciação Científica, provavelmente muito mais proveitosa será a participação do estudante em um programa de pós-graduação”, afirmou.
Para o coordenador, os estudantes de IC que ele teve a oportunidade de orientar na UENF possuíam muito boa formação nas disciplinas básicas e também nas disciplinas profissionais relacionadas ao assunto da pesquisa.
“A grande maioria demonstrou muito interesse pela IC e a incorporou como uma parte da sua formação. Isso é muito importante. Não adianta apenas ter boa formação. É preciso ter interesse e atitude para desenvolver a IC. Além disso, uma boa pesquisa possui conteúdo mais do que suficiente para a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), meta a ser cumprida pelo estudante de graduação. É o que observo a partir do desempenho dos meus orientados quando chega o momento de propor um TCC. Enquanto os estudantes que não fizeram a IC vão começar a rascunhar uma proposta, os estudantes de IC já possuem o tema, razoavelmente definido, muitas vezes com análises e resultados preliminares e também artigos publicados em eventos científicos relevantes”, concluiu.